terça-feira, 11 de setembro de 2012

O amor que acende a lua

'E eu comecei a me alimentar de silêncio também.
Não basta o silêncio de fora.
É preciso silêncio dentro.
Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
A música acontece no silêncio.
É preciso que todos os ruídos cessem.
No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós.
A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... '

Rubem Alves
Trechos de 'O amor que acende a lua'



Nenhum comentário:

Postar um comentário